terça-feira, 23 de março de 2010

Sonho

Imagem coletada do Google Imagens
Quando olho o céu no fim da tarde.
Minha alma quase chora enternecida!
De sentir toda beleza que me invade,
E ver tanta grandeza esquecida.

Aqueles tons tão matizados na colina,
E que se expandem no azul do céu imenso;
Transtornam minha alma quando penso,
Que o homem é tal qual uma neblina!

E quando vejo a lua toda adornada,
De sentinelas peninhas e brilhantes.
Direção aos transeuntes caminhantes,
Na efervescência da pungente caminhada.

Então suponho que possa ser possível.
Moldar o mundo das fissuras desta terra.
Desabitar os corações de tanta guerra,
Numa pujança de paz indescritível!

Beber do solo em peso de igualdade!
Desatar os nós e colar as rachaduras!
Amarrar os laços e cingir as descosturas.
Derramar a consciência na taça da indignidade!



Edith Lobato

sábado, 20 de março de 2010

Rio Penitente

Imagem coletada no Google Imagens
Os versos que faço são como uma vela.
Navego a buscar-te, num mar de ilusões...
Entrego-te os sonhos, divina aquarela.
Oh, doce encanto de minhas visões!

Sussurro oculto nas minhas feições,
Esconde o que a alma no íntimo apela.
Os versos que faço são como uma vela.
Navego a buscar-te, num mar de ilusões...

No manto sagrado das minhas razões,
De pé te aguada minha sentinela,
Fazendo contritas suas rogações.
Em rio penitente de grande procela,
Navego a buscar-te, num mar de ilusões...

 

Edith Lobato

terça-feira, 2 de março de 2010

Musa do Tempo

Cresci, mas desde quando era criança,
Sonhava com teu riso a minha ilharga;
Olhando a chuva e tantas poças d’água,
Que ainda hoje trago na lembrança.

Eu fui musa do tempo em temperança!
Guardando com desvelo a minha adaga,
E enquanto lá no céu, lua minguava,
Sequei minhas epíforas na trança!

No arquejo de um olhar apaixonado,
E um coração no tempo lacerado,
Ouvi dos astros, cantos magistrais!

Dormir entre queixumes, tristes ais!
E dentro dos meus doces madrigais,
Pra ti guardei meu verso cinzelado.
 
 
 Edith Lobato